
Foto: Agência Força Aérea.
Conheça o equipamento que a FAB está usando para combater os focos de incêndio na Amazônia.
Depois que o presidente Jair Bolsonaro autorizou o uso das forças armadas para combater os incêndios na Floresta Amazônica, a Força Aérea Brasileira enviou para Porto Velho (RO) duas aeronaves C-130 Hercules do Esquadrão Gordo. Uma das aeronaves está equipada com um versátil equipamento, já conhecido na área: o MAFFS.

MAFFS é a sigla para Modular Airborne FireFighting System (Sistema Modular Aerotransportado de Combate a Incêndio, em tradução livre). O equipamento foi desenvolvido na década de 70 pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS) em parceria com a Guarda Aérea Nacional (ANG) após o Incêndio Florestal de Laguna, na Califórnia. Nesse incêndio, que é considerado o terceiro pior do tipo na história dos EUA, os “Aviões-Bombeiro” foram sobrecarregados pelo fogo. Foi ordenado então que fosse desenvolvido um sistema modular que pudesse ser posto em serviço rapidamente.

O MAFFS I (modelo usado pela FAB) consiste em um grande pallet com cinco tanques pressurizados que carregam, no total, 12 mil litros d’água (com ou sem químicos retardantes), de acordo com a própria FAB, um tanque de ar comprimido e os equipamentos para operação do sistema. O pallet é carregado no C-130 Hercules, e dois tubos projetam-se para fora da rampa de carga da aeronave. Quando o sistema é acionado, os 12 mil litros de água são despejados em sete segundos, e uma trilha de aproximadamente 500 metros. A tripulação pode decidir se vai despejar tudo em somente uma passagem ou em três divididas.
Após o lançamento, a aeronave retorna para a base e os tanques de ar e água são reabastecidos pelas equipes em solo. Segundo a FAB, o sistema foi adquirido em 2007, e já foi foi usado em incêndios na Chapada Diamantina, Chapada dos Veadeiros, Distrito Federal e no Chile.

Já o MAFFS II, usado pela Colômbia e EUA, consiste um único grande tanque de 11 mil litros e dois compressores de ar independentes. Com os compressores inseridos no próprio sistema, a necessidade de um compressor externo na base é eliminada, diminuindo o tempo de reabastecimento e aumentando a autossuficiência do sistema. Outra grande diferença foi a modificação do sistema de expulsão de água, onde os dois tubos que ficavam para fora da rampa de carga foram substituídos por um único tubo que projeta-se pela porta de paraquedistas do lado esquerdo.

Com o MAFFS II, um C-130 Hercules pode realizar mais passagens, com a rampa de carga fechada. Dessa forma, a aeronave se mantém pressurizada, diminuindo a fadiga da tripulação. E, sem os dois tubos na rampa de carga gerando arrasto, a performance do avião é favorecida. O MAFFS II foi declarado operacional em janeiro de 2009 e foi usado pela primeira vez em julho de 2010. A instalação e remoção dos MAFFS, I ou II, demora em torno de uma hora. Já o reabastecimento é de mais ou menos 15 minutos pro MAFFS I e 10 minutos pro MAFFS II. O sistema já foi amplamente usado e testado em vários incêndios, e é considerado um dos mais simples, completos e funcionais do mercado.

Interessante citar também que nos EUA, os MAFFS pertencem ao Serviço Florestal, enquanto os C-130 são fornecidos pelas Guardas Aéreas Nacionais. O USFS (ou o serviço que tem a jurisdição do local em que ocorre o incêndio florestal) é que paga para as ANG’s o custo de operação do avião com o sistema durante um incêndio.
More Stories
Esquadrilha da Fumaça lança vídeo em comemoração aos seus 68 anos
Esquadrilha da Fumaça fará LIVE em comemoração aos seus 68 anos
Alemanha próxima de receber o primeiro Airbus ACJ350